Juros baixam com reação tímida do mercado à PEC da Transição; prefixado paga 13,12%

 

A quarta-feira (7) começa com o mercado na expectativa pelo resultado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 2022, que definirá se a Selic permanecerá em 13,75% ao ano – aposta majoritária entre os agentes financeiros. Os holofotes do dia, no entanto, devem permanecer sobre os desdobramentos relacionados à PEC da Transição.

Nesta terça-feira (6), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição prevendo uma expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões para garantir o pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600, em uma vitória para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O texto também manteve um dispositivo que permite o uso adicional de R$ 23,9 bilhões caso o governo tenha receitas extras, elevando o efeito da PEC para cerca de R$ 169 bilhões. Foi incluída ainda uma previsão de aumento dos gastos já em 2022, além da obrigação de que o novo governo apresente ao Congresso um novo arcabouço fiscal que substitua o teto de gastos em 2023.

A reação do mercado na quarta-feira foi considerada tmida. Os juros cederam (o contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2025 caiu 12 pontos-base em relação à máxima atingida durante o dia), o dólar caiu 0,25% e o Ibovespa avançou 0,72%.

“Pudera. A dinâmica fiscal gerada por R$ 145 bilhões (ou R$ 169 bilhões) é melhor do que aquela com hipótese de R$ 200 bilhões, mas a trajetória da dívida pública é ascendente de toda forma”, ressaltou a equipe de estratégia macro da XP.

“Na sondagem com investidores institucionais feita até ontem, a mediana das expectativas era de R$ 150 bilhões acima do teto e apenas 2% dos respondentes esperavam valores acima de R$ 170 bilhões. Ou seja, sai um cenário de cauda que já tinha baixa probabilidade de ocorrência, fica o cenário de risco elevado, com o Brasil mais suscetível a choques”, aponta em relatório.


A PEC agora segue ao plenário do Senado, onde dever passar por dois turnos de votação, antes de ser enviada à Câmara dos Deputados. A expectativa é de que as votações no plenário do Senado ocorram ainda hoje.

No Tesouro Direto, as taxas oferecidas pela maior parte dos títulos públicos recuaram em relação às negociadas na tarde de terça-feira (6). Entre os papéis prefixados, a maior remuneração era a do papel com vencimento em 2025, que pagava 13,12% ao ano na primeira atualização do dia (a taxa era de 13,17% na sessão da véspera).

Já entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ oferecia 6,20% ao ano de retorno, praticamente estável em relação aos níveis de terça, quando negociava a 6,21%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta quarta-feira (7):

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