Greve de professores causa descontentamento e críticas em Angola

 

O Sindicato Nacional de Professores (SINPROF), considera um sucesso a segunda fase da greve dos professores que se iniciou esta terça-feira, 6 e que está a provocar expressões de descontentamento por parte de estudantes e encarregados de educação.

O Secretário geral do SINPROF, Edmar Ginguma, diz que os professores estão a sofrer ameaças e que se elas continuarem não há razão para o regresso às negociações.

São cerca de 220 mil professores que aderiram à segunda fase da greve dos professores do ensino geral em Angola e Ginguma disse que a adesão à greve em todo país é de 100%.

"A segunda fase começou e já é um sucesso, não há aulas em todo país”, disse.

Ginguma fala na existência de ameaças e coação para o retorno às aulas, mas alerta que com esta atitude o quadro de negociação ficará mais complicado.

“Fora as ameaças, coações que são violações a lei não temos nenhuma manifestação de vontade no sentido de voltarmos a nos sentar à mesma mesa para as negociações”, disse

Os grevistas estão a exigir abolição da monodocência, distribuição da merenda escolar em todo País, actualização dos professores segundo o nível académico e tempo de serviço, pagamento de subsídios, pagamento dos cargos de direção e chefia desde a nomeação.

Os professores querem também pagamento na totalidade e não em metades do 13º e subsídio de férias, regularização da situação de professores nas categorias do regime geral, desagravamento do IRT e isentá-lo em todos subsídios, revisão do estatuto de carreira dos agentes da educação, alteração do estatuto remuneratório e subsídios dos agentes da educação.

O SINPROF quer ainda líderes sindicais nas comissões de avaliação de desempenho, não à obrigatoriedade do uso da bata, mais concursos públicos de acesso para que se cumpra com o rácio professor-aluno (35 alunos por turma), melhoria das infra estruturas escolares (salas de aulas, carteiras, material escolar, bibliotecas, laboratórios, transporte escolar), e o fim da mercantilização do ensino fazendo notar que em Angola há mais colégios privados que escolas públicas.

A s continuas greves dos professores começam entretanto a causar expressões de descontentamento por parte de alunos e encarregados de educação que pedem que o governo haja rapidamente para resolver a paralisação.

No Uíge, por exemplo, estudantes ouvidos pela VOA manifestaram preocupação com os prejuízos causados pela greve dos professores, numa altura em que tentam recuperar dos traumas deixados pela Covid-19, nos últimos anos.

Os estudantes temem perder as provas da escola, referente ao primeiro trimestre do presente ano lectivo, de acordo com o calendário do ministério da educação que já sofreu alteração por consequências da Covid-19.

Alunos, pais e encarregados de educação na província angolana do Uíge, mostram-se também preocupados com as consequências da greve dos Professores do Ensino Geral que entra na segunda fase de 06 a 16 do mês em curso em todo País.

Fica feio, estão a estragar os nossos filhos, nós já fizemos três anos sem estudar por conta da covid-19, agora de repente venha mais essa greve é complicado, os nossos filhos estão perdendo o ânimo de estudar,”, disse Mateus Timóteo

“O governo deve saber resolver essa situação para que os nossos filhos voltam a estudar”, acrescentou .

Mas outros encarregados de educação manifestaram solidariedade para com os professores, exortando o govern a melhorar os salários e as condições de trabalho.

Fonte: VOA


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